LEI
ORDINÁRIA Nº 9.989, DE 13 DE JANEIRO DE 1987.
Define as reservas ecológicas da Região Metropolitana do Recife.
O GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO:
Faço saber que a Assembléia Legislativa decretou e eu sanciono a
seguinte lei:
TÍTULO
I
DAS
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art.
1º A presente Lei define como reservas ecológicas as matas de preservação
permanente da Região Metropolitana do Recife e dispõe sobre procedimentos
básicos relativos a sua preservação.
TÍTULO
II
DAS
RESERVAS ECOLÓGICAS
Art.
2º São definidas como reservas ecológicas para fins de proteção do sistema
hidrográfico, do relevo, do solo, da fauna e da flora existentes, as matas de
preservação permanente abaixo discriminadas:
I -
Lanço dos Cações, no Município de Itamaracá; (Denominação alterada pelo
art. 1º da Lei nº 13.539, de 12 de setembro de 2008.
Nova denominação: Refúgios de Vida Silvestre.)
II -
Santa Cruz, no Município de Itamaracá; (Denominação alterada pelo
art. 1º da Lei nº 13.539, de 12 de setembro de 2008.
Nova denominação: Refúgios de Vida Silvestre.)
III
- Jaguaribe, no Município de Itamaracá; (Denominação alterada pelo
art. 1º da Lei nº 13.539, de 12 de setembro de 2008.
Nova denominação: Refúgios de Vida Silvestre.)
IV -
Engenho Macaxeira, no Município de Itamaracá; (Denominação alterada
pelo art. 1º da Lei nº 13.539, de 12 de setembro de
2008. Nova denominação: Refúgios de Vida Silvestre.)
V - Engenho
São João, no Município de Itamaracá; (Denominação alterada pelo
art. 1º da Lei nº 13.539, de 12 de setembro de 2008.
Nova denominação: Refúgios de Vida Silvestre.)
VI -
Amparo, no Município de Itamaracá; (Denominação alterada pelo
art. 1º da Lei nº 13.539, de 12 de setembro de 2008.
Nova denominação: Refúgios de Vida Silvestre.)
VII
- Usina São José no Município de Igarassu;
VIII
- Miritiba, no Município Abreu e Lima;
IX -
São Bento, no Município Abreu e Lima;
X - Jaguarana,
no Município de Paulista;
XI -
Caetés, no Município de Paulista;
XII
- Janga, no Município de Paulista;
XIII
- Passarinho, no Município de Olinda;
XIV
- Dois Unidos, no Município do Recife;
XV -
Dois Irmãos, no Município do Recife;
XVI
- Curado, no Município do Recife;
XVII
- Jardim Botânico, no Município do Recife;
XVIII
- São João da Várzea, no Município do Recife;
XIX
- Engenho Uchôa, no Município do Recife;
XX -
Quizanga, no Município de São Lourenço da Mata; (Revogado
pelo art. 4º da Lei nº 17.716,
de 31 de março de 2022.)
XXI
- Taparurá, no Município de São Lourenço da Mata;
XXII
- Engenho Tapacurá, no Município de São Lourenço da Mata;
XXIII
- Toró, no Município de São Lourenço da Mata;
XIV
- Camucim, no Município de São Lourenço da Mata;
XXV
- Outeiro, no Município de São Lourenço da Mata;
XXVI
- Jangadinha, no Município do Jaboatão;
XXVII
- Mussaíba, no Município do Jaboatão;
XXVIII
- Manassu, no Município do Jaboatão;
XXIX
- Engenho Salgadinho, no Município do Jaboatão;
XXX
- Engenho Moreninho, no Município de Moreno;
XXXI
- Caraúna, no Município de Moreno;
XXXII
- Contra-Açude, no Município do Cabo;
XXXIII
- Sistema Gurjaú, nos Municípios do Moreno, Cabo e Jaboatão;
XXXIV
- Bom Jardim, no Município do Cabo;
XXXV
- Serra Cumaru, no Município do Cabo;
XXXVI
- Serra Cotovelo, nos Municípios do Cabo e Moreno;
XXXVII
- Urucu, no Município do Cabo;
XXXVIII
- Camaçari, no Município do Cabo;
XXXIX
- Duas Lagoas, no Município do Cabo;
XL -
Zumbi, no Município do Cabo;
Parágrafo
único. As matas relacionadas no caput deste artigo estão delimitadas
conforme lançamentos cartográficos, constantes do Anexo único desta Lei.
TÍTULO
III
DAS
CONDIÇÕES GERAIS DE UTILIZAÇÃO E MANEJO
Art.
3º Nas reservas ecológicas definidas por esta Lei serão observadas as seguintes
restrições:
I - é vedado o parcelamento
para fins urbanos e a ocupação com edificações;
II - é vedado o desmatamento
e a remoção da cobertura vegetal;
III - é vedada a
movimentação de terras, bem como a exploração de pedra, areia, argila, cal
ou qualquer espécie mineral;
IV -
é vedado o emprego de fogo em práticas agropastoris ou em qualquer outra
atividade que comprometa a integridade das reservas, bem como de suas áreas
limítrofes.
Parágrafo único. As
condições específicas de preservação e aproveitamento dos recursos naturais das
reservas serão objeto de regulamentação própria, com base em estudos a serem
elaborados para cada uma delas.
TITULO
IV
DOS
PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS
Art.
4º Caberá à Companhia Pernambucana de controle da Poluição Ambiental e de
Administração dos Recursos Hídricos- CPRH, no âmbito estadual, a atividade de
fiscalização preventiva e repressiva em defesa e controle dessas áreas.
Parágrafo
único. Para o cumprimento das atribuições estabelecidas neste artigo, fica a
CPRH autorizada a firmar convênio com a Secretaria Especial do Meio Ambiente -
SEMA, na forma da legislação federal específica.
Art.
5º Qualquer cidadão ou associação comunitária poderá apresentar denúncia à CPRH
sobre a violação das disposições desta Lei.
TÍTULO
V
DAS
PENALIDADES
Art.
6º Os infratores das disposições desta Lei, de seu Regulamento e das demais
normas dela decorrentes, estarão sujeitos às seguintes penalidades:
I - advertência
e embargo da ação depredadora;
II -
multas de 50 (cinquenta) a 100 (cem) vezes o valor de Referência Nacional,
vigente à data da infração, acrescida do valor da prestação de serviços
correspondente aos trabalhos técnicos desenvolvidos pela CPRH, equivalente a
cinquenta por cento (50%) do valor da multa imposta, para avaliação dos danos
que as matas tenham sofrido;
III
- obrigatoriedade de efetuar o reflorestamento com vistas à restauração das
matas danificadas, obedecendo ao projeto técnico elaborado às expensas do
infrator e aprovado pela CPRH;
IV -
Perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais concedidos pelo Poder
Público;
V - Perda
ou suspensão de participação em linhas de financiamentos em estabelecimentos oficiais
de crédito.
§ 1º
A reincidência poderá elevar a multa prevista no inciso II deste artigo ao
dobro da anteriormente imposta.
§ 2º
A critério da CPRH e nos casos de irregularidades continuadas e não sanadas no
prazo fixado para sua correção, poderá ser imposta multa, prevista no inciso II
deste artigo, por dia em que persistir a infração, sendo ela devida até que o
infrator cesse efetivamente a irregularidade.
Art.
7º O produto das multas previstas no inciso II do art. 6º será recolhido aos
cofres da Fazenda Estadual, e o correspondente à prestação de serviços
diretamente à CPRH.
Parágrafo
único. Será obrigatória para recolhimento das multas, ou interposição de
qualquer recurso administrativo, a comprovação do pagamento dos serviços
técnicos prestados pela CPRH.
Art.
8º Das penalidades previstas no artigo 6º desta Lei, caberá recursos, sem
efeito suspensivo, dentro do prazo de 30 (trinta) dias, a partir da data da
intimação do auto de infração, para o conselho de Administração da CPRH.
§ 1º
Quando se tratar da aplicação de multa, o recurso previsto neste artigo somente
será processado mediante prévio recolhimento, à Fazenda Estadual, do valor da
multa à CPRH do valor da prestação de serviços técnicos por ela desenvolvidos.
§ 2º
O Diretor Presidente da CPRH como autoridade recorrida, informará o processo no
prazo de 30 (trinta) dias.
TÍTULO
VI
DAS
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art.
9º As áreas de proteção dos mananciais referidas e delimitadas na Lei Estadual nº 9.860, de 12 de agosto de 1986, passam
a ser denominadas de áreas de reservas ecológicas e, portanto, também sujeitas
às determinações desta Lei.
Art.
10º Esta Lei será regulamentada no prazo de 180 (cento e oitenta) dias,
contados da data de sua vigência.
Art. 11º A presente Lei
entrará em vigor na data de sua publicação.
Art. 12º Revogam-se as
disposições em contrário.
Palácio do Campo das
Princesas, em 13 de janeiro de 1987.
GUSTAVO
KRAUSE GONÇALVES SOBRINHO
Governador
do Estado
JOSÉ
SEVERINO CHAVES
RICARDO
MIGUEL DE AZEVEDO